Conheça os Mestres
Leia abaixo os tópicos fundamentais da dieta:

​Abulafia foi provavelmente o mais revolucionário dos mestres de cabala. De uma anti-racionalidade notável para a época, ele desenvolveu uma série de manuais de permutação de letras hebraicas, base de seu trabalho.
Combinando e permutando as letras, quase sempre à noite e a luz de velas, os discípulos de Abulafia experimentavam profundas experiências místicas, intensos estados de transe. Abulafia definiu um conjunto de sete estados de alma (midot) para seus discípulos:
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1) Devoção sem ambição
2) Paciência
3) Desejo de compartilhar
4) Humildade
5) Auto-controle
6) Capacidade de auto-avaliação
7) Capacidade mental
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Um episódio marcante de sua vida aconteceu no ano de 1280, quando ele se dirigia a Roma sem saber que o papa já havia lhe condenado à morte. Antes de entrar na cidade ele passou uma noite inteira em meditação. Quando chegou a Roma, pela manhã, foi informado de que o papa havia morrido naquela noite. Assim, Abulafia escapou da sentença de morte.
Diferentemente de seus contemporâneos, Abulafia abriria seus ensinamentos e práticas para todo aquele que mostrasse real interesse no caminho do auto-aperfeiçoamento.
Abulafia
O MESTRE DA MEDITAÇÃO: (SÉCULO XIII)

A história da vida de Israel Baal Shem Tov é cercada pelo mistério. Como o fundador do movimento conhecido como Chassidismo, muitas lendas cresceram em torno dele e é difícil precisar o que realmente é fato histórico.
Baal Shem Tov nasceu na Ucrânia e seus pais faleceram quando ele era ainda uma criança muito pequena. O menino foi criado pela comunidade e recebeu a mesma educação das crianças ao seu redor, mas era diferente delas. Quando adolescente, lhe foi dado um trabalho como guarda na sinagoga local, onde teve a oportunidade de aprofundar seus estudos e, de forma secreta, se iniciar nos mistérios da Cabala.
Acabou casando-se com a filha do Rabino, mas devido à forte resistência de seu cunhado que não aceitava a união, mudou-se com a esposa para as montanhas, onde meditou por vários anos.
Acabou casando-se com a filha do Rabino, mas devido à forte resistência de seu cunhado que não aceitava a união, mudou-se com a esposa para as montanhas, onde meditou por vários anos.
Finalmente, aos 36 anos, em 1734, revelou-se ao mundo. Seu cunhado, que antes o desaprovara, reconheceu sua santidade e tornou-se seu primeiro discípulo. O Baal Shem Tov tinha poderes de cura impressionantes e atraiu multidões de seguidores em busca de curas e bençãos.
Ele enfatizou todo seu trabalho na entrega ao “aqui e agora”, através da alegria da celebração do divino pela oração, pelo canto e pela dança. Baal Shem Tov trouxe grandes inovações ao pensamento de sua época, enfatizando que o entusiasmo, muito mais que o sofrimento, era o caminho para o homem se unir à dimensão do sagrado.
Baal Shem Tov
O MESTRE DA CELEBRAÇÃO: (SÉCULO XVIII)

Isaac Luria foi um grande mestre de uma época e lugar muito especiais na história da cabala. Seus ensinamentos despontaram em Safed, em meio a uma inesquecível comunidade de homens místicos e devotos. Em um ambiente de sublime harmonia a dedicação à vida espiritual vinha em primeiro lugar.
Em 1570, neste ambiente de devoção e santidade, chegou à cidade Isaac Luria. Conta-se que o pai do Ari (também era assim chamado devido a uma permutação do nome Rav Isaac Ashkenazi) teria sido visitado pelo profeta Elias antes de seu nascimento e avisado que aquele menino revelaria o vasto conhecimento da Cabala para o mundo.
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Antes dos 18 anos já estudava Cabala. Nesta época, ele observou um viajante na sinagoga, lendo suas orações num manuscrito com interpretações cabalísticas. Isaac Luria abordou-o e descobriu que aquele pergaminho continha o raríssimo texto do Zohar. Implorou até que o desconhecido concordou em vendê-lo.
Luria retirou-se em isolamento, e estudou-o por cerca de dez anos. Praticando diversos e longos jejuns ele teve diversas revelações. Podia ler pensamentos, ver o futuro e passado como se fossem presente. Regressou a comunidade e passou a transmitir suas idéias, sempre oralmente, estabelecendo uma série de exercícios de concentração baseados na contemplação das letras e em orações. A comunidade de Safed amava-o profundamente, não só pelos seus ensinamentos, mas porque ele era um homem generoso, amável, que não ousava ferir nem mesmo um inseto.
Isaac Luria
O MESTRE QUE DECIFROU O ZOHAR: (SÉCULO XVI)

Luzzatto foi um importante escritor, místico e praticante de cabala. Durante sua breve vida (morreu aos 39 anos) adquiriu profundos conhecimentos de línguas e religião. Insatisfeito com o conhecimento disperso ao qual tinha acesso, Luzzatto reuniu a sua volta, em Pádua, um círculo de estudantes com tendências místicas.
O círculo praticava em segredo as meditações de Isaac Luria e estudava o Zohar incessantemente. Se abstinham de comer carne e mesmo de matar insetos. A compaixão, misericórdia e humildade precediam qualquer experiência mística.
Luzzatto repetia as fórmulas cabalísticas luriânicas com freqüência cada vez maior, até que passou a “mergulhar” nas meditações repetindo-as a cada quinze minutos. Em uma determinada noite foi despertado por uma voz que dizia: “Vou revelar-lhe os segredos ocultos do santo rei!”
A informação de que Luzzatto se comunicava com um Maggid do céu acabou chegando à um Rabino ortodoxo, que mostrou-se escandalizado com as atividades místicas do círculo de Pádua. Perseguido, Luzzatto foi obrigado a desistir de seu trabalho místico e viajou com sua família para a Terra Santa, pensando que lá estaria livre para recomeçar seus estudos. Lá, entretanto, sucumbiu à peste tão logo chegou e faleceu na cidade de Acre.
A questão central elaborada por Luzzatto foi a busca de nosso ser íntegro. Ele desenvolveu alguns dos principais aspectos relacionados à conquista de uma alma íntegra: Precaução, Humildade, Aperfeiçoamento e Compaixão.
Seu livro mais conhecido é o “Caminho dos Justos”, uma declaração ética sobre comportamento e auto-conhecimento para se alcançar uma alma santa. Este trabalho possui diversas idéias cabalísticas, porém os elementos esotéricos foram dissimulados, visto que ele era perseguido pela cúpula de rabinos da Itália e Alemanha.
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Abaixo uma parte traduzida da carta de J. Gordon ao Rabino Mordecai Yoffe, publicada por S. Ginzburg em Rabbi Moshe Hayyim Luzzatto u- Venei Doro (1937) #19:
“…tenho ouvido falar de sua fama e sinto que é direito e apropriado revelar a V.Sa. tudo ou a metade do segredo do Senhor que está com aqueles que o temem… Temos aqui um jovem, com não mais de vinte e três anos. Ele é um santo homem, meu mestre e professor, a santa lâmpada, o homem de Deus, sua senhoria Rabino Moisés Hayyim Luzzatto. Nestes últimos dois anos e meio, um maggid tem se revelado para ele, um anjo santo e fatástico que lhe revela mistérios maravilhosos. Mesmo antes de completar quatorze anos ele já sabia todos os escritos do Ari de cor.
Ele é muito modesto, e não conta nada a este respeito, nem mesmo ao seu próprio pai e obviamente para mais ninguém. Foi aconselhado pelo Senhor que eu descobri isso por acaso, aqui não é o lugar para descrever como sucedeu. No último mês tenho sido seu assistente, retirando água do seu poço, feliz o olho que viu tudo isto e feliz o ouvido que soube disto. Ele é uma centelha de Akiva bem Joseph. Já se passaram oito meses desde que o anjo, santo e fantástico, se revelou para ele. Ele lhe revelou numerosos mistérios e explicou os métodos com os quais ele poderia chamar os membros da Academia Celestial…
Ele conhece as encarnações anteriores de todos os homens e sabe todos os tikkunim que eles tem que realizar e ele conhece a ciência da leitura das linhas da mão e do rosto. Em resumo, nada está oculto para ele. No princípio só foi concedida a permissão de revelar-lhe os mistérios da Torah mas agora todos os mistérios lhe são revelados…
Saiba que isto foi mantido em segredo, exceto para os membros do nosso círculo. Se eu tivesse decidido contar tudo sobre o nosso mestre e professor acima mencionado, o próprio tempo acabaria antes que eu tivesse terminado. Espero que meu senhor não pense, Deus defenda, que está manchando coisas sagradas pela comparação disto com coisas falsas, porque a verdade é sua própria testemunha. Pelo contrário, ele sabe de tudo que acontece debaixo do sol, todos os acontecimentos do passado e o fundamento de todas as coisas. Eu devo ser breve porque o tempo urge. Que o Senhor possa prolongar seus dias e anos.”
#19 – “Texto extraído da página da CJB na internet (www.cjb.com.br)”
Luzzato
O MESTRE DA INTEGRIDADE: (SÉCULO XVIII)

Moshe Cordovero foi um grande cabalista que viveu no século XVI, na cidade de Safed. Foi um personagem importante de uma comunidade inesquecível de homens místicos e devotos que ali viveram nesta época. Ele fundou uma academia para o estudo do misticismo e teve como aluno o mestre cabalista Isaac Luria (Ari).
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Morreu aos quarenta e oito anos, no dia vinte e três de Tamuz. Foi homenageado pelo Ari, que testemunhou ter visto claramente um grande pilar de fogo precedendo a comitiva que acompanhava o caixão de Cordovero.
O Ramac, como também era conhecido Cordovero, escreveu muitas importantes obras cabalísticas, entre elas, “Tamareira de Devora”, clássico fundamental no estudo da árvore da vida. Neste livro ele analisa de maneira clara e objetiva os treze atributos de misericórdia mencionados pelo profeta Miquéias.
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Existe um trecho muito interessante no livro “Tamareira de Devora”, quando Cordovero desenvolve o que ele chama de um remédio para a arrogância, a qual define como uma grande doença, e desta forma possibilitar ao homem penetrar os portões da humildade.
Moshe Cordovero
O MESTRE DA ÁRVORE: (SÉCULO XVI)

No final do século I o império romano ocupou a terra de Israel e sua população foi dizimada. Um dos maiores cabalistas de toda a história, Simeon Bar Yohai, foi então sentenciado à morte pelo imperador Romano Trajano.
Ele teve que se esconder em uma caverna em Piquin, Israel, por onde permaneceu treze anos, junto a seu filho Eleazar. Durante este período Simeon se tornou um homem etéreo e recebeu, sob orientação do profeta Elias, as informações que compõem o Zohar.
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Quando o imperador finalmente morreu, eles abandonaram o esconderijo, e o rabino Simeon logo juntou um grande número de discípulos, transmitindo ensinamentos baseados na unicidade de todas as almas com o divino. Seus discípulos registraram todos os seus ensinamentos escrevendo o Zohar, reconhecido como uma das principais referências de conhecimento sobre a Cabala.
Os manuscritos foram ocultos após a morte de Simeon. Mas ele era um profeta e havia escrito no próprio Zohar que este período de ocultação duraria 1.200 anos, tendo início quando da destruição do Templo Sagrado em Jerusalém.
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Em 1.270, exatos 1.200 anos mais tarde, o texto foi encontrado em uma caverna, pelos árabes que residiam na área. Foi reconhecido pelo cabalista chamado Moses Deleon, que havia comprado um peixe embrulhado naquele papel de incalculável valor. A partir daí, o Zohar começou a ser revelado para o mundo.
Simon Bar Yohai
O MESTRE DO ZOHAR: (SÉCULO I)



