Existe uma passagem bíblica muito interessante, protagonizada por Isaac, o polêmico filho de Abrahão. Isaac andava muito sensibilizado, com a perda da mãe, quando seu pai decide enviar seu servo principal para buscar uma esposa para o filho. E assim o servo segue, acompanhado de dez camelos, rumo ao cumprimento de sua missão.
Ao chegar na terra destinada, o servo se depara com um grande problema: como deveria proceder para escolher a esposa de Isaac? Depois de muito pensar ele começa a orar, e assim permanece, até que recebe uma resposta para seu dilema: a futura esposa de Isaac deveria mostrar-se uma mulher de grande benevolência.

Logo em seguida ele se aproxima de uma fonte de água e depara-se com uma linda e educada moça, que serve água não só para ele como também para todos os seus camelos.

Este, sem dúvida alguma, era um sinal de que ele estava diante da nova matriarca. Abrahão estava preocupado, porque o servo poderia trazer uma mulher que não fosse do agrado de seu filho. No entanto, o servo chegou acompanhado de uma linda e afetuosa mulher. E Rebeca se tornaria uma grande alegria na vida de Isaac. Teria sido sorte?

Por trás de um caso aparentemente ingênuo de paixão a primeira vista , podemos extrair um importante ensinamento. Para estudar os códigos, por trás da literalidade do antigo testamento, precisamos buscar o significado de certas palavras no texto original, escrito na língua hebraica.

Nesta língua a palavra Sorte é escrita como Mazal, que significa também uma constelação astrológica. Então, de acordo com a correta tradução, a boa sorte não está relacionada ao acaso, mas sim a uma melhor sintonia de seu receptor.
Assim, Abrahão, um homem de muita benevolência, escolheu criteriosamente seu servo mais querido para buscar uma esposa para o filho. Isaac, por sua vez, estava orando, em estado profundamente meditativo, quando avistou Rebeca pela primeira vez. Haveria receptor melhor para se encontrar um grande amor?
Isaac não encontrara sua alma gêmea por acaso. Aliás, ninguém encontra a alma gêmea por acaso. Para encontrar um grande amor é preciso estar receptivo. Eis o segredo da boa sorte.

Leia mais em “A Cabala e a Arte de Ser Feliz”, Ian Mecler.